O Porto de São Sebastião se tornou o primeiro do Brasil a implementar um protocolo internacional voltado à proteção das baleias. Desde 2023, todos os navios que operam no terminal seguem as orientações elaboradas pela Great Whale Conservancy, em parceria com os projetos Baleia Jubarte e Baleia à Vista. A iniciativa coloca a preservação dos cetáceos como prioridade nas operações portuárias.
Relevância ambiental e turística
O litoral norte paulista está localizado em uma das principais rotas migratórias de baleias que se aproximam da costa anualmente. Além do impacto ecológico, essa movimentação atrai turistas interessados na observação dos animais. Estima-se que 92% das rotas marítimas brasileiras coincidam com os trajetos das baleias, o que aumenta os riscos de colisões com navios, cruzeiros e embarcações menores.
Resultados já alcançados
O protocolo foi inicialmente testado no Terminal Aquaviário Almirante Barroso e, posteriormente, expandido para o Porto de São Sebastião. Desde então, não houve registros de acidentes envolvendo baleias na região. Sempre que um animal cruza o canal, um sistema de alarme é acionado, orientando as embarcações a se reposicionarem.
De acordo com Júlio Cardoso, fundador do projeto Baleia à Vista, até o fim de julho já haviam sido contabilizados 695 avistamentos de cetáceos, contra 403 no mesmo período de 2024.
Compromisso do porto
“O Porto de São Sebastião tem o compromisso de conciliar desenvolvimento portuário com preservação da vida marinha. A presença das baleias é um privilégio do litoral norte, e cabe a nós garantir que esse espetáculo ocorra com segurança”, destacou Ernesto Sampaio, diretor-presidente do porto.
Entre as recomendações do protocolo estão: manter o motor em ponto morto na presença de cetáceos, respeitar a distância mínima de 100 metros e evitar perseguições ou permanência prolongada próxima aos animais.
Monitoramento em obras
O porto iniciou em julho sua dragagem de manutenção com protocolos adicionais de proteção. Durante as atividades, especialistas monitoram a área com apoio de drones para identificar a presença de baleias e tartarugas. Caso algum animal se aproxime, as operações são suspensas até que se afaste em segurança.
Rota migratória e impacto econômico
A região é rota migratória das baleias-jubarte, que viajam do Atlântico Sul até a costa tropical brasileira. Outras três espécies de baleias e sete de golfinhos também são avistadas no litoral norte. Segundo estimativas, aproximadamente 120 mil turistas visitam a área todos os anos apenas para observar os cetáceos, movimentando cerca de R$ 138 milhões na economia local.
📊 Fonte: Agência SP